domingo, 14 de julho de 2013

Capítulo Dois

O taxi parou diante de um prédio de luxo nos arredores de Odaiba. Jullian saiu do taxi perplexo. O prédio totalmente de vidro na faixada era deslumbrante. Yuko estava muito bem arrumada com um vestido vermelho e salto alto. Sua bolsa era mais brilhante que os prédios que ali se encontravam. Jullian estava com uma roupa social simples, que trouxe consigo do Brasil. Yuko entrou no prédio e passou pela portaria sem se identificar enquanto Jullian era barrado pelos seguranças. Ela sorriu e fez sinal para eles que então, deixaram o garoto passar. O elevador tocava uma sinfonia de Bethoven e Yuko dava um retoque na maquiagem. Pararam no andar 28 e Yuko saiu na frente, parando em uma porta no fim de um longo corredor com 4 portas. Numero 283, porta luxuosa, vasos de flores. O que esperava Jullian neste jantar? A porta de abriu lentamente e por de trás apareceu um homem de terno. Ele não era japonês e Jullian não identificou sua nacionalidade até ele abrir a boca.

- Bien vinde senhorite Yuki. - disse o Frances enquanto ela entrava
- Obrigada Albert, alias, belo terno.
- Obrigade senhorite Yuki. Le patron esta na sala de jantar.
- Obrigada. - Jullian fez uma reverencia para Albert e entrou bem atrás de Yuko - Pode ficar tranquilo, são pessoas de bem.
- Mas eu estou tão simples.
- Olha, não fique assim. Você está muito bem.

Jullian se viu entrando com Yuko em uma grande sala de jantar. A mesa com quatro pessoas e duas cadeiras vazias estava repleta de comida da mais perfeita qualidade. Na mesa se encontrava dois jovens japoneses. Uma menina de cabelo preso, usando uma roupa simples que era composto por uma camisa com uma foto de uma cantora do Japão e um short curto. O garoto usava uma blusa social preta, tinha um piercing na boca e seu cabelo era cortado no estilo das bandas de visual Kei. No final da mesa estava um senhor japonês com um terno e bem aparentado e ao lado deste senhor uma mulher muito bonita, que não era japonesa, mas usava um kimono e o cabelo devidamente penteado. O senhor se levantou sorridente ao ver Yuko e a garota saiu correndo para abraça-la.
- Yuko, que bom que veio mesmo. - disse o senhor se levantando.
- Não precisa se levantar senhor Taeda. - ela olha para a garota sorrindo - Como esta Sakura?
- Estou ótima Yuko.
- Que bom que está aqui também Tashiro. - Yuko acena para o garoto e ele apenas sorri de lado. Yuko se dirige até a mesa e a mulher se levanta.
- Como está jovem Yuko? - era português, a mulher falou em português, Jullian sorriu e se sentiu mais confortável. Havia um brasileiro ali.
- Joven foi educado da sua parte Sra. Ana. - Yuko da um abraço nela. - Quero que conheçam Jullian, meu amigo que vai entrar na faculdade.
- Ahn... - Juliano não sabia se falava em português ou em Japonês. Taeda riu e Yuko riu colocando a mão na boca
- Tudo bem Jullian, somos todos brasileiros. - disse Taeda e Jullian abriu um grande sorriso.
- É, infelizmente... - disse Tashiro e Yuko sorriu.
- Eu queria que conhecessem meus segundos pais. Que me apoiam desde que eu chegue no Japão. - disse Yuko sorridente - Venha, sente-se.
- Sim, sente-se ali ao lado de Tashiro, quem sabe não se dão bem? - disse Ana.
- Eu não combino muito bem com Brasileiros. - disse Tashiro.
- Eu não disse que vão s dar e sim quem sabe, mas ninguem aguenta seu temperamento. Nem mesmo no Natal consegue ser diferente. - todos da mesa riem, menos Tashiro que solta um "tsc" e Jullian que abaixa a cabeça.
- Quantos anos tem Jullian? - perguntou Taeda
- Vinte e dois senhor.
- Novinho.
- É, tenho vinte e quatro e vocês ainda me chamam de Jovem. - disse Yuko e Taeda ri.
- Mas você não e velha Onii-chan. - disse Sakura comendo um biscoito
- Só de você me chamar de Onii-chan me sinto velha. - Sakura ri e abraça Yuko.
- Sabe Jullian, quando viemos ao Japão, passamos muita dificuldade. Meus dois meninos eram muito pequenos, eles não passara o que eu e Ana passamos. Por eu ser descendente casado com uma brasileira, eu sofri muita coisa. - Ana pega na mão do marido - Mas isto não me fez larga-la, o amor que eu sentia por ela era muito forte.
- Eu eu igual. - disse ela dando um beijo nele
- Mas logo fomos recompensados. E começamos a ganhar a vida. Quando Yuko veio para cá a quatro anos, recebemos ela com muito carinho. O pai tinha ficado no Brasil e o irmão já estava aqui, mas eles nunca se deram muito bem.
- Ao contrário de nós. - disse Sakura rindo
- Sim, ainda bem. Yuko sempre se deu bem com os dois. Mesmo Tashiro sendo irritante. - disse Ana servindo um pedaço de peru para Jullian
- Oka-san... - Tashiro reclamou
- Desculpa filho, é a verdade. Mas mesmo que Tashiro nos irrite, é um bom filho. Tira notas boas, não tem encrenca, tem a banda dele e só. Isto me admira muito.
- Isto é muito bom. - disse Jullian e tashiro fica sem graça e coloca a xicara de chá na boca.

A noite foi muito agradável. Depois do jantar todos foram para a sala e Tashiro tocou um pouco de violão. Depois, todos foram para a varanda e ficaram conversando, até o senhor Taeda ir deitar com a mulher, deixando os jovens por lá. Tashiro então saiu e depois voltou com um PSP Game e o deu para Jullian.

- Você gosta? - perguntou
- Eu amo. - disse ligando o game
- É o que eu faço no meu tempo vago...
- O dia todo é o seu tempo vago, você quer dizer né? - disse Sakura que estava deitada no colo de Yuko
- cCala a boca vai.
- Oh, é Resident Evil. Eu amo a franquia. - disse Jullian empolgado
- Jura? Eu também... amo muito. - disse Tashiro sem graça, que estão olhou para o céu. Yuko sorriu enquanto olhava eles e alisava o cabelo de Sakura.
- Nossa, senti falta do meu game agora, já que não pude trazer. - disse Jullian e Tashiro o olha.
- Pode ficar come este se quiser...
- Não, não. Que isto.
- Tashiro tem mais 2... - disse Sakura
- Mais dois? Porque?
- É que eu empresto para amigos que não tem condição de comprar um aqui no Japão. - Jullian olhou nos olhos de Tashiro. Aquele menino amargo na verdade era doce por dentro. Jullian deu um sorriso e viu o Japones ficar vermelho na sua frente depois que Jullian o agradeceu. - Então, eu escolhi o jogo certo.
- Bom, já está tarde, preciso ir. - disse Jullian
- Porque não dorme aqui Jullian? - perguntou Yuko.
- Eu adoraria, mas amanhã quero acordar cedo para arrumar meu quarto direito e desfazer a mala.
- Tem certeza? - perguntou Yuko.
- Se quiser pode ficar e dormir no meu quarto. - disse Tashiro e Yuko tossiu.
- Não, que isto, não quero incomodar.
- Bom... não seria incomodo.
- Não, de verdade. - Jullian se levanta - Teremos mais dias para conversarmos, por favor, me perdoem por isto.
- Que isto, não há o que perdoar. - disse Sakura sorrindo e Tashiro fazendo sinal positivo com a cabeça.
- Bom, obrigado, então. Amei a noite, realmente me senti como se estivesse com minha família.
- Ah, e me desculpa... qualquer coisa. - disse Tashiro.
- Não por isto. Bom, me levem na porta?

Jullian chegou em casa bem cansado. Fechou a porta e foi à geladeira beber um copo com água. Entrou no seu novo quarto e acendeu as luzes, fechou a porta e a trancou. Tomou um banho bem quente e secou o cabelo para então se deitar. Virando de lado na cama dava para ver a vista da cidade toda pela janela, e aquilo o fazia perceber que estava tendo sorte de ter encontrado alguém como Yuko. Ter amigos a quem confiar é muito bom. Jullian fechou a cortina e começou a pegar no sono quando então um barulho na porta da sala o fez pular da cama. Alguém tinha entrado e trancado. Jullian se vira na cama e olha para a porta. Porque Yuko voltou? Ele então vê que os passos pararam diante da sua porta e alguém mexia na maçaneta. Não era Yuko, ele não ouviu barulhos de salto. Então, algo enfia na maçaneta. Ele estava nervoso. A luz apagada e cortina fechada deixava o quarto na penumbra e ele então se cobriu até deixar os olhos a mostra. A porta se abriu e ele viu o vulto entrar no quarto. O vulto então veio em direção à cama e apalpou cuidadosamente até levantar a fronha e então se deitar ao lado de Jullian. Cheirava a Vodca. Jullian estava nervoso e a pessoa ao seu lado virou para de frente para ele. Estavam cara a cara. Jullian engoliu seco e o vulto então tirou a mão de por de baixo do forro e tocou o rosto de Jullian. "Quem é você?" foram as palavras suficientes para fazer Jullian gritar e pular da cama para bem longe dela.










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